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Into the Wild

Este é um filme magnífico que passa o ideal de uma filosofia de vida que todos deveriam seguir...

Além de ser uma história verdadeira, o filme consegue captar e transmitir muita beleza visual e conceitual...

E ainda mais, a trilha sonora é toda com o vocalista do Pearl Jam - Eddie Vedder

Abaixo dos vídeos coloquei umas referências paras quem quiser saber mais...









Com certeza vale a pena ver o filme...

Christopher McCandless

Into the Wild

Na Natureza Selvagem (Into the Wild, no original) é um livro do escritor, jornalista e alpinista estadunidense Jon Krakauer, publicado em 1996 (Brookline, Massachusetts, 12 de abril, 1954). O livro conta a história verídica de Christopher McCandless.

Em 2007, o livro foi adaptado para o cinema com o mesmo nome do livro, e o filme estreou em 21 de setembro de 2007.


Christopher Johnson McCandless

Data de nascimento 12 de Fevereiro de 1968 (41 anos)
Local de nascimento Annandale, Virginia, EUA
Data de falecimento 18 de Agosto de 1992
Local de falecimento Stampede Trail, Alasca, EUA


Christopher J. McCandless (12 de fevereiro de 1968 - agosto de 1992) foi um viajante americano que morreu perto do Parque Nacional Denali depois de caminhar sozinho na selva alasquiana com pouca comida e equipamento. O autor Jon Krakauer escreveu um livro sobre a sua vida, Into the Wild, publicado em 1996, que foi adaptado em filme, em 2007, dirigido por Sean Penn, Into the Wild, com Emile Hirsch como Christopher McCandless.


Biografia

McCandless cresceu em Annandale, Virginia. O seu pai, Walt McCandless, trabalhou para a NASA como um especialista em antenas. A sua mãe, Wilhelmina "Billie" Johnson, foi secretária do pai de Chris e depois ajudou Walt a fundar e dirigir uma bem sucedida empresa de consultoria.

Desde a infância os seus professores notaram que Chris era extraordinariamente enérgico, adorando esportes fisicos. Conforme cresceu, ele uniu isso a um intenso idealismo e resistência física. Na escola, ele foi o capitão da equipe de cross-country onde ele estimulava os seus companheiros a considerarem a corrida como um exercício espiritual, no qual eles estavam "a correr contra as forças da escuridão... todo o mal do mundo, todo o ódio."

Ele se graduou no W.T Woodson High School em 1986 e na Emory University em 1990, especializando-se em história e antropologia. O fato de vir da classe média alta e ter graduação universitária, escondeu um crescente desprezo interior para o que ele via como o materialismo vazio da sociedade americana. Os trabalhos de Jack London, Leo Tolstoy e Henry David Thoreau tiveram uma grande influência sobre McCandless, e ele sonhava em deixar a sociedade para um período thoreauniano de contemplação solitária.

Logo após acabar o curso na Universidade de Atlanta, em 1990, Christopher McCandless doou os seus 24 mil dólares que tinha no saldo bancário a instituições de caridade e desapareceu sem avisar a família. Já não era a primeira vez que Chris decidia fazer uma viagem pelos vários estados americanos, sozinho, dependendo da natureza e do que encontrava no caminho. Mas daquela vez foi diferente. A sua raiva quanto à civilização em que vivia, quanto às mentalidades e materialismos da época, foi fundamental para a sua tomada de decisão. A partir daquele dia, nunca mais regressou a casa.

Devido a um problema com o seu velho Datsun amarelo, Chris foi impelido a abandoná-lo junto ao lago Meade, em Detrital Wash, mas isso não o impediu de continuar. Encarou a situação como um sinal do destino e, abandonando junto ao carro grande parte dos seus pertences e queimando todo o dinheiro que trazia consigo – cerca de cento e vinte e três dólares –, Chris McCandless partiu a pé em direcção ao Oeste, adotando um novo estilo de vida, no qual era livre e assumia o nome de Alexander Supertramp, seguindo os ideais de Henry David Thoreau, Leon Tolstói e Jack London, em busca de experiências novas e enriquecedoras.

Foi à boleia que chegou a Fairbanks, no Alasca, fazendo amigos e conhecendo lugares magníficos pelo caminho. Entre as suas aventuras destacam-se uma descida do rio Colorado em canoa. Walt e Billie McCandless, pais de Chris, ainda tentaram encontrá-lo, mas em vão. Apenas a sua irmã Carine recebia uma carta de vez em quando, e mesmo ela não sabia a sua localização. Os anos foram passando, e Chris continuava sozinho, algures na América, passando por Carthage, Bullhead City, Las Vegas, Orick, Salton City, entre outros, até chegar finalmente ao destino pretendido: o Stampede Trail. Conheceu Jan e Bob Burres, Wayne Westerberg, Ronald Franz (nome fictício), que se tornaram seus amigos inseparáveis a quem se ia correspondendo por cartas; permaneceu em alguns sítios durante meses, mas partia de seguida para outras aventuras.

Por onde passou, Chris alterou as vidas das pessoas que o conheceram. A sua personalidade forte, muito inteligente e simpática deu uma nova vitalidade a Jan, Franz e Westerberg. Raramente falava de Annandale e de casa, e eram muitas as vezes em que era reservado e ponderado. Mas o rapaz de vinte e quatro anos, que todos conheceram como Alex, cumpriu o seu destino e partiu de Fairbanks em direcção ao Monte McKinley, dois anos depois de ter iniciado a sua viagem.

Gallien deu carona a Chris até ao Parque Nacional Denali, através do Stampede Trail, um caminho que levava ao interior do Alasca. Também ele simpatizou com o rapaz, que gentilmente lhe contou os planos de permanecer alguns meses na floresta. A única comida que levava era um saco com cinco quilos de arroz, e o seu equipamento era inadequado para quem planeava fazer o que ele se propunha. Ainda assim, o rapaz parecia determinado, e nada o podia dissuadir. Partiu assim para o desconhecido, ignorando a hora e o dia, numa quinta-feira de Abril, sem deixar rastro.

Através de um diário que manteve na contracapa de vários livros, com cento e treze entradas, podemos compreender o que realmente aconteceu a Chris McCandless na sua viagem ao interior do Alasca. O seu diário contém registos cobrindo um total de 113 dias diferentes. Esses registos cobrem do eufórico até ao horrível, de acordo com a mudança de sorte de McCandless.

Alimentou-se do que trazia e de algumas bagas que colheu na natureza, tal como de alguns animais que caçou, com sucesso; leu vários livros, rabiscando-os com pensamentos próprios sobre a vida; passeou por diversos bosques, mas o local onde permaneceu mais tempo foi logo abaixo da Cordilheira Externa, onde ainda hoje se encontra um ônibus abandonado, de número 142 do Fairbanks Transit System, que serviu de residência a Chris, onde pernoitou e escrevinhou algumas frases no seu interior, nos meses que se encontrou na floresta como: “(…) SEM JAMAIS TER DE VOLTAR A SER ENVENENADO PELA CIVILIZAÇÃO, FOGE E CAMINHA SOZINHO PELA TERRA PARA SE PERDER NA FLORESTA”.

Permaneceu cerca de quatro meses nas montanhas, sobrevivendo à custa do que encontrava, totalmente sozinho, livre. Em 6 de setembro de 1992, dois trilheiros e um grupo de caçadores de alce acharam esta mensagem na porta do autocarro (ônibus):

"S.O.S. Preciso de ajuda. Estou aleijado, quase morto e fraco demais para sair daqui. Estou totalmente só, não estou a brincar. Por amor de Deus, por favor, continuem a tentar salvar-me. Estou lá fora a apanhar frutas nas proximidades e devo voltar esta noite. Obrigado, Chris McCandless."

O seu corpo foi encontrado em decomposição em Agosto de 1992, embrulhado num saco-cama no interior do autocarro, já morto há cerca de duas semanas. A causa oficial da morte foi fome. Uns dizem que morreu à fome, outros pensam que foi envenenado despropositadamente por algumas bagas que ingeriu. Nunca se saberá bem a verdade.

Jon Krakauer acredita que McCandless morreu por ingerir sementes de batata selvagem (Hedysarum alpinum), que McCandless mencionou nos seus registos, sendo os efeitos desta devastos para o organismo humano. Essa espécie de batata não é considerada venenosa — a sua raiz é comestível, mas há evidência de que as suas sementes contêm um alcalóide que interfere no metabolismo da glicose pelo organismo. Entretanto, Dr. Thomas Clausen da Universidade do Fairbanks no Alasca conduziu testes extensivos nas sementes encontradas no acampamento de McCandless e constatou que não continham toxinas ou alcalóides. (Note que esta é a teoria que Krakauer apresenta no seu livro sobre McCandless, e difere da teoria anterior que ele relatou no seu artigo da revista Outside, envolvendo outra planta, Hedysarum boreale mackenzii, uma ervilha de cheiro semelhate à batata selvagem e conhecida por ser venenosa.)Na edição mais recente do seu livro, Krakauer modificou subtilmente a sua teoria com respeito à causa de morte de McCandless. Ele acredita que as sementes da batata selvagem encontravam-se com mofo e foi este o agente que contribuiu para sua toxicidade.

Mas Chris McCandless morreu feliz; ele próprio o disse numa entrada no diário, apercebendo-se do seu fraco estado de saúde: “Tive uma vida feliz, e agradeço ao Senhor. Adeus e que Deus vos abençoe a todos”.

Quando foi descoberto no Alasca, sem vida, a tarefa de escrever um artigo sobre o viajante, na altura desconhecido, foi incumbida a Jon Krakauer, jornalista da revista Outside. A história de McCandless tocou-o profundamente, e o facto de a sua própria vida se assemelhar à do rapaz, levou-o a investigar a fundo, obsessivamente toda a sua jornada desde Anandale até ao Alasca: - "Quando era adolescente, eu era teimoso, introvertido, sempre imprudente, de humor variável. Desapontei o meu pai das formas que são habituais. Tal como McCandless, as caracteristicas de autoridade provocavam em mim uma combinação confusa de fúria contida e ânsia de agradar. Se qualquer coisa despertava a minha imaginação indisciplinada, perseguia-a com um zelo que atingia a obsessão e, desde os dezessete anos até quase aos trinta essa coisa era a escalada." - Tudo o que descobriu, depois de falar com diversas pessoas, e visitar vários locais por onde o viajante Alex passou, foi agrupado num livro ao qual deu o nome de “Into The Wild – O Lado Selvagem”. O livro, bestseller desde que foi lançado, em 1996, deu origem a um filme, com o mesmo nome, realizado por Sean Penn.


Legado


O livro de Krakauer fez de McCandless uma figura heróica para muitos. Em 2002, o autocarro (ônibus) abandonado em Stampede Trail onde McCandless acampou tornou-se um ponto turístico de aventura. O filme de Sean Penn Into the Wild, baseado no livro de Jon Krakauer, lançado em setembro de 2007 foi bem recebido pela crítica, incluindo quatro estrelas de diversos grandes críticos como Roger Ebert. Um filme documentário sobre a viagem de McCandless feito pelo produtor de filmes independente Ron Lamothe, The Call of the Wild, também foi lançado em 2007. A história de McCandless também inspirou um episódio da série de TV Millenium e canções populares do cantor Ellis Paul, Eddie From Ohio,Harrod e Funck, assim como Eddie Vedder, da banda Pearl Jam, que se disponibilizou para fazer toda a trilha sonora do filme de Sean Penn.

Diferente de Krakauer, assim como Sean Penn, e muitos leitores de seu livro, que possuem uma visão simpática de McCandless, alguns alasquianos possuem uma opinão negativa tanto de McCandless como daqueles que romantizam a sua morte. McCandless estava inconsciente de que vagões operados manualmente cruzavam o rio a 400 metros do Stampede Trail, enquanto um abrigo nas redondezas estava abastecido com alimentos de emergência, como descrito no livro de Krakauer. O guarda-florestal do Parque Alasquiano Peter Christian escreveu: "Eu estou exposto continuamente ao que chamo de 'fenômeno McCandless'. Pessoas, quase sempre homens jovens, vêm ao Alasca para se desafiarem contra um implacável cenário selvagem onde oportunidade de acesso e possibilidade de resgate são praticamente inexistentes... quando você considera McCandless da minha perspectiva, você apercebe-se que o que ele fez não foi particularmente corajoso, apenas estúpido, trágico e inconsciente. Primeiro de tudo, ele gastou muito pouco tempo a aprender como realmente se vive na selva. Ele chegou em Stampede Trail sem um mapa da região. Se ele tivesse um bom mapa ele poderia ter saído daquela situação difícil... Basicamente, Chris McCandless cometeu suicídio".

Muitos o acusam de egoísmo e superficialidade, considerando a sua atitude de abandonar tudo, sem falar com a família, e partir para o desconhecido, como uma forma de satisfação pessoal e ostentação, e até mesmo de suicídio. - Suicidio este, que segundo muito dos simpatizantes de MacCandless, como Krakauer e Sean Penn, e os seus próprios pais rejeitam, pois McCandless ao deixar a mensagem no ónibus a pedir que o resgatassem claramente não era um suicida, e sim um jovem em busca de uma aventura para mais tarde recordar. - Judith Kleinfeld escreveu no Notícias Diárias do Ancoradouro que "muitos alasquenses reagiram com raiva a essa estupidez apelidada por muitos de "aventura". Tem-se que ser um completo idiota, para morrer de fome no verão a 30 km de distância da estrada do parque, disseram eles."

No entanto, Roman destaca o quão é dificil para qualquer pessoa aventurar-se e fazer o que McCandless fez: "Claro, ele fez porcaria. Mas admiro o que estava a tentar fazer. Depender completamente da terra como ele fez, mês após mês, é extremamente difícil. Nunca o fiz. E aposto com vocês que muitas poucas, ou mesmo nenhumas das pessoas que chamaram incompetente a McCandless, também não o fizeram, pelo menos não por mais de uma semana ou duas. Viver no interior da floresta por um longo período, subsistindo apenas do que se consegue caçar e apanhar - a maioria das pessoas não sabe o quanto isso é dificil. E McCandless quase o conseguiu. - Acho que não consigo deixar de me identificar com o tipo - confessa Roman - Detesto admiti-lo, mas ainda não há muitos anos seria fácil ter sido eu a estar metido neste tipo de dificuldades. Qando comecei a vir para o Alasca, provavelmente era muito parecido com McCandless: inexperiente como ele, orgulhoso como ele. E tenho a certeza de que há muitos outros habitantes do Alasca que tinham muito em comum com McCandless quando chegaram cá, incluindo muitos dos seus críticos. E talvez seja por isso que são tão severos com ele. Talvez McCandless lhes recorde demasiado como eram."

Outros, como Krakauer, admiram a sua coragem inabalável de viver melhor, com simplicidade, tirando partido das pequenas coisas da vida, vivendo aventuras e experiências que mais tarde poderia contar aos seus netos; sendo livre e feliz. Os dois anos que viveu servem ainda hoje de exemplo para milhares de jovens que decidem mudar não só o seu futuro, mas o seu presente, tal como outros serviram de inspiração à viagem do próprio Chris McCandless.

A acrescentar ao fascínio irrealista pelo lado selvagem da América Chris McCandless idolatrava o eremitismo de Thoreau e mimetizou as paisagens ficcionadas de Jack London. Todavia, foi já tarde quando percebeu que entre a ficção e a realidade por vezes o fosso é abissal. Essa foi a dolorosa experiência de Chris McCandless que muitos perspectivam como própria de um maníaco misantropo desprovido de qualquer responsabilidade. Mas, por outro lado, o radicalismo de Chris McCandless é um acto de liberdade numa sociedade que diluiu o indivíduo à escala de um mero contribuinte ou de um número de segurança social de massas.

O livro de Krakauer pode pois repousar na estante ao lado da “Geração X” de Douglas Coupland que, seguramente, compreendeu o êxodo de Chris McCandless em busca da última fronteira Americana. Para lá dessa fronteira fica-nos o livro como alegoria contra o conformismo que consome a nossa própria natureza.


Henry David Thoreau

Henry David Thoreau Concord, 12 de julho de 1817 — Concord, 6 de maio de 1862) foi um ensaísta, poeta, naturalista e filósofo estado-unidense.

É considerado o fundador da desobediência civil, método utilizado por Gandhi e Martin Luther King.

Índice


* 1 Biografia
o 1.1 Início
o 1.2 A vida nos bosques
o 1.3 A Desobediência Civil
o 1.4 Fim da vida
* 2 Ideais
o 2.1 Thoreau ecologista
o 2.2 Thoreau libertário
o 2.3 Pacifismo e Abolicionismo
* 3 Bibliografia


Nasceu em Concord, no Estado de Massachusetts, em 12 de julho de 1817. Descendente de hunguenotes franceses, o menino Thoreau aprendeu a amar a natureza quando levava as vacas da família da mãe para pastar. Na adolescência, ajudou o naturalista suíço Louis Agassiz a coletar espécimes da região.

Em 1837, formou-se em literatura clássica e línguas. Fundou junto com o irmão uma escola, em 1838. Seu método inovador de ensino, que incluía passeios ao campo (field-trips) e não utilizava castigos físicos, não foi bem aceito nos EUA daquela época.

Em 1835, conheceu Ralph Waldo Emerson, poeta e famoso escritor, com quem manteve sempre grande amizade. Apesar de fazer parte do grupo de Emerson, os “transcendentalistas”, Thoreau se esquivava de algumas idéias e divagações místicas típicas do grupo. Ao contrário dos colegas, ele mantinha o foco na vida e no presente. Quando debatia-se o recorrente tema de vida após a morte, Thoreau replicava: “Uma vida de cada vez”.

Com a morte do irmão, Thoreau fechou a escola. Fazia esporádicos trabalhos como agrimensor e como ensaísta, acreditando sempre que o homem devia ganhar somente o necessário para sobreviver. Apenas foi trabalhar na fábrica de lápis da família quando precisou ajudar a mãe e as irmãs, quando da morte do pai.

A vida nos bosques

Thoreau mantinha-se eternamente insatisfeito com a vida na sociedade e com o modo como as pessoas viviam. Há relatos de que visitou aldeias indígenas só com a roupa do corpo, ao contrário de seus contemporâneos, que o faziam com armas em punho.

Em 1845, com 27 anos, Thoreau foi morar no meio da floresta, em um terreno que pertencia a Ralph Waldo Emerson. Às margens do lago Walden construiu sua casinha e um porão para armazenar comida. Apesar de inexperiente como agricultor, tentou a auto-suficiência e, a longo prazo, teve algum sucesso, plantando batatas e produzindo o próprio pão.

Segundo suas próprias palavras, ele foi morar na floresta porque queria “viver deliberadamente”. Queria se “defrontar apenas com os fatos essenciais da existência, em vez de descobrir, à hora da morte, que não tinha vivido”. Em seu período na floresta, ele queria “expulsar o que não fosse vida”.

Baseado no relato e em todo o pensamento filosófico empreendido nos dois anos em que morou na floresta, Thoreau escreveu “Walden ou A vida nos bosques”, uma obra que se tornaria um referencial para a Ecologia e um de seus livros mais famosos. Além de descrever sua estadia na floresta, "Walden" analisa e condena a sociedade capitalista da época. E, convida a uma reflexão sobre um modo de vida simples, propondo novos olhares sobre o conceito de liberdade.

“Fui para os bosques viver de livre vontade,
Para sugar todo o tutano da vida…
Para aniquilar tudo o que não era vida,
E para, quando morrer, não descobrir que não vivi!”

A Desobediência Civil

Insubmisso, Thoreau decidira não pagar impostos porque acreditava ser errado dar dinheiro aos EUA, um país escravocrata e em guerra contra o México. Não querendo financiar nem a escravidão e nem a guerra, Thoreau foi preso em um de seus periódicos passeios pela cidade, quando saía da floresta para rever os amigos.

A tia de Thoreau pagou a fiança e ele foi solto na manhã do dia seguinte. Inspirado pela noite na prisão, Thoreau escreveu o famoso A Desobediência Civil. Leon Tolstói, um dos mais famosos escritores do mundo venerava este ensaio e o recomendou, por carta, a um jovem indiano preso na África do Sul. Este jovem indiano era Mahatma Gandhi.

Fim da vida

Thoreau, que havia saído das florestas a pedido do proprietário do lugar, passou o resto de sua vida empreendendo grandes passeios às florestas e aos campos e também escrevendo muito. Ele acabaria morrendo em 1862 de tuberculose.

A casa que construiu no lago Walden, hoje é um museu que possui uma estátua sua na entrada. A floresta em volta do lago virou área de preservação ambiental. É considerado um dos grandes escritores norte-americanos.

Thoreau era um amante da natureza. É considerado, junto com os povos indígenas, um dos avós do movimento ecológico que ganharia forma nos anos 1960. Seus textos e discursos falam sempre sobre as vantagens da vida natural e livre. Ele sempre associava natureza e liberdade e, neste aspecto, sofreu forte influência de Jean-Jacques Rousseau e de textos orientais.

Seu ambientalismo se expressa na frase: "Quero dizer uma palavra em defesa do ambiente natural e da liberdade absoluta. Uma declaração extrema pois já há muitos defensores da civilização".

Amava os animais, gostando de observá-los. "Tornei-me vizinho dos pássaros, não por ter aprisionado um, mas por ter me engaiolado perto deles", disse em "Walden". Até o final de sua vida, fez longos passeios pela natureza e dava preferência aos recantos mais selvagens e, em sua concepção, mais livres. Dizia preferir o pântano mais lamacento ao mais belo jardim.

Thoreau era também cético com relação ao progresso tecnológico, especialmente por ser contrário ao embrião de sociedade de consumo que já era a sociedade americana da época.

Thoreau libertário

Portal Portal da Anarquia

Influenciou fortemente o anarquismo e admiradores desta ideologia. Seu ensaio "A Desobediência Civil" é a base de ação para coletivos de libertários e alguns anarcossindicalistas, além de ter sido posto em prática com sucesso por Mahatma Gandhi.

Seu pensamento libertário pode ser resumido em duas de suas famosas frases:

A crítica ao capitalismo e à sociedade de consumo: "Desfruta a terra, mas sem possuí-la. Por falta de iniciativa, os homens estão onde estão, comprando e vendendo, desperdiçando a vida como escravos".

A crítica ao Estado: "O melhor governo é o que menos governa".

Apesar de suas críticas à sociedade de consumo, à escravidão, à guerra, à devastação ambiental e a tantas outras facetas da sociedade de sua época, Thoreau preferia não se definir sob nenhuma classificação política.
Pacifismo e Abolicionismo

A prisão de Thoreau se deveu justamente ao fato de ele ter deixado de pagar impostos ao governo americano. Além de suas tendências anárquicas, Thoreau explica que não queria financiar um Estado escravocrata e tampouco uma guerra. Naquela época os EUA mantinham negros como escravos e estavam em uma guerra imperialista contra o México, com o objetivo de anexar territórios.

A posição de Thoreau como abolicionista e defensor da causa negra está registrada em seus textos. Mas não somente isso: ele teve atuação na Underground Railway (ferrovia subterrânea), uma rota de fuga que levava escravos negros para uma vida livre no Canadá.

Bibliografia

* A Week on the Concord and Merrimac Rivers (1839)
* A desobediência civil (Civil disobedience, 1849)
* Slavery in Massachusetts (1854)
* Walden (1854)
* A Plea for Captain John Brown (1860)
* Excursions (1863)
* The Maine Woods (1864)
* Cape Cod (1865)
* Early Spring in Massachusetts (1881)
* Summer (1884)
* Winter (1888)
* Autumn (1892)
* Miscellanies (1894)
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Milan Tomic

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